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» » » Zungueira perde perna durante fuga a fiscais
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Na tarde de Terça-feira ,19, uma zungueira, de nome Ferdinanda André, foi atropelada por um camião enquanto atravessava a estrada a correr em fuga aos fiscais no Lobito. Do embate resultou a amputação instantânea da sua perna esquerda.
Segundo contam as testemunhas oculares, o trágico incidente aconteceu na Terça-feira, pouco antes das 2:00h da tarde, quando surgiram agentes da Repartição Fiscal do Lobito que desceram da viatura de trabalho e encetaram uma perseguição às zungueiras que se encontravam a vender os seus produtos num dos passeios do bairro da Caponte. Com medo de perder o sustento, Ferdinanda desata a correr para atravessar a estrada, transportando consigo a mercadoria, quando é colhida por um camião que, ao passar com a roda traseira por cima da sua perna esquerda, amputou-a de imediato.
No caos que se gerou, com gritos e choro de Ferdinanda, os presentes contam que os fiscais não tentaram auxiliar a senhora que ficou sem uma das pernas, estendida sobre a poça do seu sangue na estrada, em frente ao conhecido “prédio do 10º”. Os primeiros socorros foram prestados por outra zungueira, que correu ao encontro de Ferdinanda, a quem se juntaram as demais. No final, passado demasiado tempo, dizem as testemunhas, a lesada foi levada ao Hospital Central do Lobito, no Compão. A vítima, com cerca de 30 anos deidade, é natural do Uíge.
Para além dos quatro filhos pequenos, cuida também de três irmãos, o marido é militar e trabalha noutra cidade, pelo que está agora entregue à sua sorte. As zungueiras estão revoltadas com os agentes da Repartição das Finanças a quem chamam pejorativamente de “quata-quata” e “gatunos”. Os Lobitangas estão solidários com Ferdinanda, acusam os agentes fiscais em geral de estarem embriagados ou sob o efeito de estupefacientes, de serem mal-educados e demasiado violentos, criticam-nos também por não recorrerem ao diálogo e terem partido logo para a “caçada” e, caso não o tivessem feito, Ferdinanda teria ainda as duas pernas intactas e saudáveis.
Contudo, as opiniões dividem-se, pois há quem julgue a senhora culpada por ter perdido a perna, pois muitas foram as vezes em que as notificaram. Sem efeito, retornam aos passeios em frente ao “prédio do 10º” para levar adiante os seus negócios, pois consideram ser o melhor ponto de venda. O director municipal da Repartição Fiscal do Lobito, José Pina, pronunciou-se no mesmo dia em defesa dos seus agentes e afirma que o incidente não foi protagonizado por nenhum fiscal, porquanto “nenhum fiscal desceu do carro, antes pelo contrário, os fiscais seguiam em direcção ao bairro da Luz, com o intuito de ver uma obra que lá está a ser construída, e estavam parados no semáforo quando deram conta do acidente.
Quero dizer à sociedade Lobitanga que o cenário não ocorreu conforme está a ser pintado publicamente.” Já o administrador municipal do Lobito, Alberto Ngongo, em visita ao Hospital na manhã de ontem, avançou que, apesar de não ter ainda recebido o relatório oficial da ocorrência por parte da Polícia, “todo o possivel exagero da actuação do agente de fiscalização e do funcionário da Administração Municipal será responsabilizado individualmente de acordo à Lei Geral de Trabalho.”
Vitíma interna teme pelo seu futuro
vitimaFerdinanda André, após a cirurgia bem sucedida, continua internada no Hospital do Lobito. O médico responsável assegurou que tem tido uma boa recuperação. Todavia, a jovem senhora, vítima de amputação, mostra-se triste, abalada com a desgraça de que foi alvo, e preocupa-se com o seu futuro, declarando: “não esperava por isso, lamento mesmo… Nenhum ser humano que perde uma parte do corpo assim (…)”, Ressentida com a acção dos agentes fiscais, que considera negligente, diz: “o comportamento desses homens da Administração está reprovado! Nós vendemos lá porque, não sei se eles têm conhecimento, mas no Lobito faltam praças. Lá nas salinas, que arrendaram, quando a chuva cai, fica tudo cheio de água.
Nós fomos para lá, mas começaram a vender os lugares às pessoas que têm mais dinheiro. Na situação em que o país vive, a pessoa tem de sair de casa para ir arranjar pão para sustento dos filhos. Tenho de ajudar o meu marido”. Quando questionada se se sente satisfeita com a visita que recebeu do administrador municipal, responde sem delongas: “Não. Infelizmente não. Porque eles deveriam pensar nisso antes, deveriam saber que se os povos estão a vender nas ruas é porque procuram sustentar as suas famílias, temos todos o direito de trabalhar”.

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